terça-feira, 3 de abril de 2012

Telegrafia, um mundo à parte.

Isto que escrevo já não é novidade para ninguém e deve que ser lido
como incentivo aos colegas que estão a participar no/s curso/s de
telegrafia que se vão fazendo.

Enquanto CT2, e na antiga legislação, as bandas em que eu podia operar
eram pequenas já que o “sumo” do DX se encontrava nos 20 e nos 10
metros. Assim sendo, comecei a aprender sozinho a telegrafia, para
assim, poder ascender ao tão ambicionado CT1 para poder desfrutar das
bandas onde o DX prolifera.

Tudo começou com o colega Pombeiro Brás-CT4AH (SK) nos 145.350 divulgando
ele as maravilhas que se podia fazer com a telegrafia que, com baixa
potência, se poderia trabalhar o mundo. Foi o clique final.

Entretanto passou muito tempo.

Tentativa, entusiasmo, não sou capaz, sou sim senhor, agora é que é,
ou não...enfim. Depois de muito “sofrer” e escutar no MP3 dias a fio
as aulas que constam no programa do colega G4FON, lá fui a exame e à
segunda tentativa consegui o tão ambicionado no Certificado de Amador
em que consta Telegrafia (Morse) Habilitado.

Um dia, na habitual escuta diária, eis que escuto um CT nos 15 metros.
Quem será? Deixa lá escutar como deve ser para não “meter água”.

Como o colega em questão estava a transmitir muito rápido tive dificuldade.

A custo lá consegui entender. Era a estação CT1AOZ. E agora? Respondo
ou não? Eh pá vou arriscar. Com as mãos a tremer e a transpirar lá
enviei o meu indicativo. Os colegas não imaginam a alegria que tive em
escutar em resposta o meu indicativo em telegrafia. Foi indescritível.

A alegria que senti foi proporcionalmente grande em relação à
dificuldade que tive na aprendizagem, o que deu um maior gosto ,
sentimento de vitória e de realização pessoal.

Como é apanágio dos telegrafistas, o colega José Albuquerque baixou a
velocidade fizemos o QSO básico que, no fim, enviei-lhe um mail a
desculpar-me da quantidade de erros que cometi. Resposta do colega
José foi que estava bom e agora era só RST, nome e …“mais nada”.

Obrigado colega José Albuquerque já que as suas palavras foram “o”
incentivo para perder o medo da chave.

Depois foi os procedimentos. Como é que eu faço quando escutar uma
“figurinha”? Aí contei com as dicas do CT1GFK, obrigado Tó Zé.

Mais recentemente foi a preciosa ajuda do colega Alcides-CT1JQK que
teve a “pachorra” de me aturar nos 10 metros enviando textos e
palavras aleatórias em que depois se fazia a correcção da aula no VHF.

Isto tudo serve para tentar demonstrar a quem está a aprender ou pensa
em aprender telegrafia que, apesar de ser um pouco difícil, não é nada
de outro mundo e com ajuda conseguem dominar a telegrafia. Poderão
agora perguntar, então mas qual o porquê de ser um mundo à parte?
Simples. Pode-se operar com baixa potencia, trabalha-se figurinhas que
se não fosse em telegrafia provavelmente nunca o trabalhava e não
causa QRM em casa. Por exemplo trabalhei V8-Brunei em telegrafia e em
SSB nunca o escutei.

Até agora, a “cereja em cima do bolo”, foi trabalhar VK7DX com 50W e
ter conseguido furar  o "pile-up".

Também podemos contar e agradecer a iniciativa do NRA e da REP em
promover, a exemplo do ano passado, o “Um Dia Nacional do CW” que este
ano vai decorrer no dia 15 de Abril. À ARVM que está a realizar mais
um curso de telegrafia e esperar que alguns desses colegas apareçam
nas bandas para participarem no evento de dia 15. Sem medo e sem
“stress”, afinal de contas, somos amadores e se existirem erros (que
vão mesmo existir) não vai trazer mal nenhum ao mundo.

Não desistam, afinal é simples.

RST, nome e…”mais nada”.