sexta-feira, 23 de agosto de 2024

A Autoridade Marítima Nacional e os Radioamadores

 


A Autoridade Marítima Nacional e os Radioamadores

 

Após o interregno do COVID entre outras coisas, este ano, decidi participar no fim-de-semana do Faróis o International Lighthouse Lighship Weekend-ILLW.

Como é do procedimento habitual, solicitei à Direcção Geral de Faróis a devida autorização para terceiro o fim-de-semana de Agosto, este pedido, foi feito para o Farol do Cabo Espichel que foi indeferida.

Bom, pensei que esse indeferimento fosse devido a estar “ocupado” por outros colegas com o mesmo propósito, tentei outro.
A mesma resposta. Tentei o terceiro, desta vez a escolha foi o Farol do Cabo da Roca, para este, deram a “desculpa” que o espaço “estava em manutenção com obras”, no dia 18, verifiquei in loco que não existem obras nenhumas em curso.

Após algumas trocas de mails, resolvi telefonar para as Relações Públicas da Autoridade Marítima Nacional-AMN para escutar de viva voz o que estava a acontecer tal era as “negas” que eu estava a levar na solicitação para ir para os Faróis.

Entretanto, já tinha escutado de outros colegas que a AMN estava a cobrar dinheiro para ir ao farol. Na conversa telefónica com as Relações Públicas da AMN e perguntei qual era a razão de tanta solicitação para ir para um farol ser negada. 

A Tenente que me atendeu foi muito evasiva nas respostas às minhas perguntas até que fui directo ao assunto e perguntei: é verdade que a AMN está a pedir 1500€ para podermos ir para um farol? A resposta foi: sim, é verdade.

Eu disse à Sr.ª Tenente (que não tem culpa de nada obviamente, e Sr.ª apenas está a cumprir directivas) se ainda pedissem 20€ para “despesas administrativas” eu até entendia, mas agora 1500€??? Depois de saber este valor absurdo, mais perguntas aparecem.

Porquê 1500€?
Porque não 1700 ou 2000€
Para quê e porquê este valor tão específico de 1500€?

Eu activo faróis desde 2002, outros OMs já andavam muito antes de mim e nunca foi pedido dinheiro nenhum, sempre houve uma excelente relação de simpatia e empatia entre os radioamadores e a Marinha de Guerra Portuguesa. 

Por agora, vamos ficar sem saber qual a real causa deste pedido de dinheiro que afasta os radioamadores portugueses desta actividade anual que estava em crescendo entre a comunidade radio amadorística portuguesa.

Como não se podia ocupar o espaço dentro de muros, participei no ILLW 2024 à porta dos faróis, foram 8 as participações portuguesas, nada mal. Nesta edição de 2024, eu tive a presença assídua do Mr. Murphy que anunciou logo a sua presença na solicitação para a AMN.

Sábado, dia 17 bem cedo, lá fui eu em direcção ao Farol do Cabo Raso, lá chegado, parecia que tinha chegado à Noruega ou Finlândia tal era o vento forte e frio. Para colocar no ar a EndFed foi um suplício o vento era mesmo muito forte. Antena no ar e o IC-705 a postos lá comecei. Apesar da condição de QRP com 10W consegui fazer 36 contactos.




Mas o pior estava guardado para o fim quando estava para me vir embora, o Mr. Murphy deu-me uma palmadinha nas costas e disse olá. “Tralha” toda arrumada, dou à chave (botão) do carro para me vir embora e nada, no painel apareceu indicação de “problemas no sistema de travagem”.

Afinal a bateria falhou e nestes veículos mais recentes, quando falha a bateria afecta o travão de mão eléctrico e…veículo imobilizado. O reboque de assistência chegou e “desempanou” com o booster, o carro pegou e toca a ir a cominho de casa, pelo caminho fui comprar uma bateria.

Com a bateria nova, decidi contrariar o Mr. Murphy e, Domingo bem cedo, fui em direcção ao Cabo da Roca, lá chegado, pensei que estava na Suécia, vento forte e nevoeiro cerradíssimo de tal forma que parecia que estava a chover.

Entre a escolha do local onde colocar a EndFed e a instalação da dita cuja, fiquei com a t-shirt toda molhada, também, quem manda ir para a Escandinávia de t-shirt?

Após 3 QSOs tive a visita do colega Neves-CS7BDO. Após dois dedos de conversa, fomos tomar um café, chegado à estação o QRN era de tal forma que não se escutava ninguém, minutos antes estavam os 40 metros cheios de colegas espanhóis como é hábito aos fim-de-semana. O carro estava encostado a um edificado pertença da CM-Sintra que, na minha chegada, estava fechado, possivelmente, o QRN, foi causado pela iluminação LED da loja de souvenires do Cabo da Roca.

Com tamanho QRN, era de todo impossível continuar a actividade naquele local então decidi regressar ao Farol do Cabo Raso. Eis que, novamente, o Mr. Murphy insistiu em fazer-me companhia. Na deslocação do Cabo da Roca para o Cabo Raso, comecei a ver Agentes da PSP e militares GNR nos cruzamentos e entroncamentos, achei estranho, mas foi então que me lembrei a razão da presença de tantos agentes da PSP e militares da GNR naquele troço de estrada, iria passar ali a “La Vuelta”, volta a Espanha em bicicleta.

Chegado ao Cabo Raso, o acesso ao espaço envolvente do farol, estava fechado. Fiz inversão de marcha com o intuito de conseguir ficar o mais perto possível do Farol até que, através de uma nesga do corte do acesso, lá consegui passar, uma sorte já que poucos minutos depois a EN247 iria ser cortada ao trânsito para passar a prova de ciclismo.


Com uma dúzia de contactos feitos, e depois de tantos contratempos, dei por finalizada a
“minha actuação” no ILLW 2024.
O ILLW deste ano foi pautado pela postura no mínimo estranha da AMN na relação com os
radioamadores, esperemos que na edição de 2025 esta situação mude.


quarta-feira, 15 de novembro de 2023

       Dia POTA Portugal, 12 de Outubro de 2023

Antes de mais e para quem não sabe do que se trata, uma breve explicação sobre o que é o POTA-Parks On The Air.
Este programa para radioamadores, nasceu nos EUA num evento especial mas, a diversão foi tanta que os organizadores decidiram tornar este evento num Programa permanente e não de um só dia.

Para a activação de um parque ser válida o activador e todos os seus equipamentos devem estar dentro do perímetro do parque, estes parques, têm de estar abertos ao público pois o espírito do programa POTA é sair de casa para fazer Rádio. Pode-se fazer a activação de um veículo, no banco do parque ou num edificado, desde que, o mesmo, tenha horário de funcionamento que possibilite o acesso do público. Se durante a activação e por curiosidade formos abordados por alguém a questionar o que estamos ali a fazer, sempre podemos explicar o que é o radioamadorismo e aproveitar para passar a mensagem da necessidade da preservação da natureza, afinal, estamos num parque ou espaço que queremos ver protegido e bem tratado.

Antes de ir activar um parque, e para que este seja válido para o programa POTA, o activador deverá efectuar o seu registo em: https://parksontheair.com/

O evento “Portugal POTA Day” que decorreu no dia 12 de Novembro de 2023 foi levado a cabo pelo colega Mike Maciel-CU3HY, Administrador do POTA para Portugal e pelo colega Rogério Coelho-CT2IFE, Coordenador para Portugal Continental.

Aproveitei este evento para activar um parque pela primeira vez, já que, na minha actividade fora de porta, apenas tinha activado Faróis e “SOTA-Summit On The Air” (https://www.sota.org.uk/).

Para o efeito, o local escolhido foi o Parque Florestal de Monsanto junto ao Centro de Interpretação de Monsanto em Lisboa: (https://informacoeseservicos.lisboa.pt/contactos/diretorio-da-cidade/centro-de-interpretacao-de-monsanto), com a referência POTA CT-0094.



Cheguei ao local cerca das 09:15, local vazio à excepção de algumas pessoas que faziam actividade física numa manhã bem amena para a altura do ano. Comecei por montar a antena Endfed (oferta do Colega Luís Valada, CT1DTE), IC-705 em cima da mesa eis que, o Sr. Murphy, decidiu fazer-me uma visita.

No meu automóvel tenho uma ligação directa que alimenta um IC-5100, para aproveitar essa ficha, fiz uma extensão para alimentar o IC-705 e assim “sacar” 10W que ele debita quando ligado a uma alimentação externa mas, a ficha é ICOM e eu fiz a extensão com “bananas”(???). Por causa desta minha aselhice, toda a activação foi feita com a bateria interna do 705 apenas debitando 5W. Mesmo assim, e após 3 horas ligado e com 30 contactos realizados, apenas gastou ⅓ da sua bateria interna, nada mau.

Durante este percalço, chegou o colega Pedro Inácio-CR7BHD que não conhecia pessoalmente, logo a seguir, chegou o colega Bruno Neves-CR7BIU.
Ainda durante as montagens, o Sr. Murphy insistia em não ir embora, desta vez por causa da falta de uma ficha PL para BNC para ligar a antena ao sintonizador, valeu-me o Pedro para mandar o Murphy embora.

Tudo em seu sítio, agora sem falhas, começaram as “hostilidades”, banda escolhida os 40 metros para privilegiar os contactos com estações portuguesas.



O primeiro contacto foi com o Paulo-CT2IWW em Amarante, seguiram-se quatro contactos com os colegas que estavam na referência CT-0033 desde o Estuário do Mondego. Mudança de banda para o modo CW, foram trabalhados os seguintes países: Portugal, Espanha, Itália, Irlanda, Inglaterra e os EUA.

Foi uma manhã muito bem passada em que se fez Rádio, conviveu-se e a meteorologia ajudou com uma temperatura amena e sem chuva. Gostei da experiência e será com certeza para repetir, o POTA, é um programa com regras feitas de forma a não haver hipóteses de desculpa para não se fazer rádio ao ar livre e aproveitar o privilégio que ainda temos de haver locais em Portugal bem conservados e, muitos deles, protegidos da pressão imobiliária. Graças aos organizadores deste evento, o POTA em Portugal, tem todas as condições para crescer.

Resta-me agradecer aos organizadores, aos colegas espalhados pelo país que participaram neste evento e, obviamente, ao Pedro e ao Bruno pela companhia, esperando eu que se tenham entusiasmado para futuras actividades.

Nota: Este documento foi escrito em profundo desacordo e intencional desrespeito pelo, abusivamente, chamado Acordo Ortográfico.



domingo, 9 de dezembro de 2012

Rádio Havana Cuba
































No meu "zaping" radiofónico habitual deparei-me com a emissão da Rádio Havana Cuba num programa do tipo que tinha a RDPi, que era sobre o correio dos leitores.
Depois de escutar um pouco, fui ao site da rádio e enviei a minha reportagem via e-mail e, para meu espanto, recebo a QSL da emissora. Sinceramente não esperava resposta em papel já que enviei a reportagem por via electrónica.
Assim sendo, a Rádio Havana Cuba é a minha 1ª emissora estrangeira a responder a uma reportagem minha.

domingo, 23 de setembro de 2012

EH3MGY































Umas das muitas estações de amadores que, passados 100 anos, homenagearam os radio telegrafistas a bordo do Titanic que ajudaram a salvar centenas de vidas.  O indicativo do Titanic foi MGY.






terça-feira, 14 de agosto de 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

Telegrafia, um mundo à parte.

Isto que escrevo já não é novidade para ninguém e deve que ser lido
como incentivo aos colegas que estão a participar no/s curso/s de
telegrafia que se vão fazendo.

Enquanto CT2, e na antiga legislação, as bandas em que eu podia operar
eram pequenas já que o “sumo” do DX se encontrava nos 20 e nos 10
metros. Assim sendo, comecei a aprender sozinho a telegrafia, para
assim, poder ascender ao tão ambicionado CT1 para poder desfrutar das
bandas onde o DX prolifera.

Tudo começou com o colega Pombeiro Brás-CT4AH (SK) nos 145.350 divulgando
ele as maravilhas que se podia fazer com a telegrafia que, com baixa
potência, se poderia trabalhar o mundo. Foi o clique final.

Entretanto passou muito tempo.

Tentativa, entusiasmo, não sou capaz, sou sim senhor, agora é que é,
ou não...enfim. Depois de muito “sofrer” e escutar no MP3 dias a fio
as aulas que constam no programa do colega G4FON, lá fui a exame e à
segunda tentativa consegui o tão ambicionado no Certificado de Amador
em que consta Telegrafia (Morse) Habilitado.

Um dia, na habitual escuta diária, eis que escuto um CT nos 15 metros.
Quem será? Deixa lá escutar como deve ser para não “meter água”.

Como o colega em questão estava a transmitir muito rápido tive dificuldade.

A custo lá consegui entender. Era a estação CT1AOZ. E agora? Respondo
ou não? Eh pá vou arriscar. Com as mãos a tremer e a transpirar lá
enviei o meu indicativo. Os colegas não imaginam a alegria que tive em
escutar em resposta o meu indicativo em telegrafia. Foi indescritível.

A alegria que senti foi proporcionalmente grande em relação à
dificuldade que tive na aprendizagem, o que deu um maior gosto ,
sentimento de vitória e de realização pessoal.

Como é apanágio dos telegrafistas, o colega José Albuquerque baixou a
velocidade fizemos o QSO básico que, no fim, enviei-lhe um mail a
desculpar-me da quantidade de erros que cometi. Resposta do colega
José foi que estava bom e agora era só RST, nome e …“mais nada”.

Obrigado colega José Albuquerque já que as suas palavras foram “o”
incentivo para perder o medo da chave.

Depois foi os procedimentos. Como é que eu faço quando escutar uma
“figurinha”? Aí contei com as dicas do CT1GFK, obrigado Tó Zé.

Mais recentemente foi a preciosa ajuda do colega Alcides-CT1JQK que
teve a “pachorra” de me aturar nos 10 metros enviando textos e
palavras aleatórias em que depois se fazia a correcção da aula no VHF.

Isto tudo serve para tentar demonstrar a quem está a aprender ou pensa
em aprender telegrafia que, apesar de ser um pouco difícil, não é nada
de outro mundo e com ajuda conseguem dominar a telegrafia. Poderão
agora perguntar, então mas qual o porquê de ser um mundo à parte?
Simples. Pode-se operar com baixa potencia, trabalha-se figurinhas que
se não fosse em telegrafia provavelmente nunca o trabalhava e não
causa QRM em casa. Por exemplo trabalhei V8-Brunei em telegrafia e em
SSB nunca o escutei.

Até agora, a “cereja em cima do bolo”, foi trabalhar VK7DX com 50W e
ter conseguido furar  o "pile-up".

Também podemos contar e agradecer a iniciativa do NRA e da REP em
promover, a exemplo do ano passado, o “Um Dia Nacional do CW” que este
ano vai decorrer no dia 15 de Abril. À ARVM que está a realizar mais
um curso de telegrafia e esperar que alguns desses colegas apareçam
nas bandas para participarem no evento de dia 15. Sem medo e sem
“stress”, afinal de contas, somos amadores e se existirem erros (que
vão mesmo existir) não vai trazer mal nenhum ao mundo.

Não desistam, afinal é simples.

RST, nome e…”mais nada”.